A Viagem que transformou a minha Fotografia

⏱️ Tempo de leitura: 10 minutos

Era 3 de Setembro de 2019.

Eu e mais um amigo, o Marcelo, que conseguiu pegar férias na mesma época que eu, tínhamos planejado essa viagem para Ribeirão Claro no Paraná, que fica a 133 km da minha cidade Marília/SP.

Iríamos pra outro estado de moto, eu com uma Honda Biz 110cc e ele com uma Yamaha Fazer 125cc.

Nessa viagem passei alguns perrengues e vocês vão ficar por dentro de tudo, hoje tudo o que passei virou história, e é legal ter histórias pra contar.

Fui então logo cedo para casa desse meu amigo para então partir pra estrada, porém o primeiro perrengue foi a minha mala que não estava bem amarrada e estava pendendo para um lado, por falta de mais uma daquelas redinhas que a gente usa pra amarrar coisas na moto ou bicicleta, então começamos a saga pra achar algum lugar, alguma bicicletaria pra comprar mais uma dessas redes elásticas para amarrar bem essa mala.

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Rumo a mais um caminho de autoconhecimento

Na estrada

Enfim, tudo certo então, pegamos a estrada.

Paramos no primeiro posto em Ocauçu/SP apenas pra tomar aquele "pingado", não sei porque, mas adoro parar na estrada pra tomar um leite com café.

Nossa próxima parada agora, seria só em Ourinhos/SP, dessa vez pra abastecer.

Abastecidos, agora faltava pouco, pois Ourinhos fica bem pertinho já da divisa com o Paraná, depois disso só passa por Canitar/SP e Chavantes/SP, você pode até dar um Google Maps pra se orientar aqui com o trajeto.

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Enfim, chegamos a Ribeirão Claro/PR, e logo na divisa tem uma ponte Pênsil bem bonita sobre o Rio Paranapanema, o dia que chegamos estava com uns Senhorzinhos pescando, e outra coisa que esqueci de mencionar, o tempo estava bem fechado e com previsão de chuva, tanto que quando chegamos em Ourinhos, o asfalto já estava molhado porque tinha acabado de chover.

Mas eu e meu amigo já sabíamos disso e fomos mesmo assim, e por esse motivo eu tinha até encoberto a minha mala com um pedaço de pano impermeável que eu tinha.

Senhorinha pescando as margens do Paranapanema

O começo da transformação

Voltando para a ponte e em como essa viagem transformou a minha fotografia: quando eu andava com aquele meu ex-colega – o mesmo que mencionei antes neste texto, que vai ficar linkado aqui –, eu não conseguia evoluir, pois tinha a mente fechada como a dele. Tanto que essa foi a primeira vez em que passei a usar o formato cru de imagem, o RAW, já que pretendia começar a trabalhar mais minhas fotos na pós-produção. (Pra quem não souber o que é “RAW”, é só acessar esse texto aqui.)
Nessa época, eu também me inspirava bastante nos vídeos do Alê Rodrigues, e a minha intenção nesta viagem era justamente fazer fotografias de longa exposição, como as dele.

Eu tirei essas fotos em preto e branco, porém, quando faz foto no formato RAW, quando você as carrega  para o computador, elas estão coloridas, então na hora da edição, eu vi que não fazia sentido manter elas em preto e branco, e esse foi mais um processo pra minha fotografia, a arte não está nas cores como eu pensava, que só o preto e branco deixaria as fotos mais artísticas, a arte está no olhar, e tanto o monocromático, quanto as coloridas podem passar a mensagem que você quer transmitir, e eu consegui passar através dessas fotos, a serenidade desses dois senhorzinhos, que mesmo com a possibilidade de chuva, eles estavam ali, garantindo talvez o seu pão de cada dia, ou até mesmo se divertindo.

Ficamos ali então tentando fazer mais algumas fotos da ponte, eu algumas longas exposição, mas o céu estava ficando bem escuro, e faltava alguns bons quilômetros para chegar a pousada que havíamos reservado.

Minha intenção era passar em uma cascata no caminho, onde tem até um mirante, mas nem paramos por conta do tempo, fomos direto.

Perrengue à vista

Eu e meu amigo fomos surpreendido por uma chuva na entrada da cidade, e nos perdemos um do outro, não tinha nem como parar pra esperar ele e nem como voltar pra procurar, porque a chuva estava realmente forte, então decidi ir pra pousada, já que acreditava que ele iria fazer o mesmo.

Pra piorar a estradinha era de terra, e eu ainda não conhecia a Fazenda Pinhalzinho, onde iria me hospedar, então fiquei preocupado em meio a chuva, que eu estivesse no caminho errado, mas enfim encontrei, fui recebido pelo Phelipe.

Fiquei preocupado com a minha mala, pois meu notebook, minha câmera estavam nela, mas graças a Deus, não molhou nada, então a primeira coisa que fiz foi tomar um banho, já que estava encharcado, alguns minutos depois, meu amigo chegou finalmente.

Por incrível que pareça, o tempo abriu depois das 14h, a chuva foi só pra ter essa história pra contar rss.

Neste dia relaxamos por ali mesmo, pois o morro do gavião onde queríamos ir não abria neste dia, sem contar a estrada que devia estar cheio de lama.

De noite, tentamos fazer algumas fotos de estrelas que também era a nossa intenção nessa viagem, mas não deu, o céu estava muito encoberto de nuvens.

Ficamos ali conversando com Phelipe, que é um anfitrião bem preocupado com seus hóspedes, e gostamos bastante de ouvir e conhecer mais sobre ele, e ele também, ouvindo sobre nós, e o mais gostoso, ao lado de uma lareira.

E depois teve pizza no jantar, não queríamos mais nada.

Phelipe acendendo a lareira, estava bem friozinho este dia

Perrengues e mais perrengues

Já no outro dia , fomos para o Morro do Gavião, eu já havia feito bastante fotos desse lugar, mas queria apreciar a vista, porém meus amigos, tinha uma neblina que não dava pra ver nada, nada mesmo.

Eu fiquei bravo, porém meu amigo quem me aconselhou a ter paciência e aproveitar, isso porque ele nem conhecia a vista, e eu que já conhecia estava impaciente.

Ficamos ali por tempo suficiente até a névoa se dissipar por completo, e conhecemos um casal de Arapongas/PR e fizemos algumas fotos deles.

Na volta, à caminho da pousada , adivinha, outro perrengue, desta vez foi a minha moto, eu fiz revisão nela antes da viagem, e o mecânico esqueceu de colocar o rolamento na roda traseira, alguma coisa assim, a roda de trás travou, mas teve um lado bom, em frente de uma oficina mecânica.

Depois do conserto, fomos enfim para a pousada.

Neste dia, tivemos uma janta maravilhosa, preparada por uma cozinheira lá da fazenda Pinhalzinho.

Olha o  belo cenário com neblina que ficou para terem uma noção

Vista do morro do gavião, depois que a neblina se dissipou

Último dia

Tomamos aquele café da manhã maravilhoso, sempre na presença do Phelipe, que é sempre bem atencioso com todos os hóspedes, e ficamos um bom tempo ali na mesa tomando café e conversando, eu, ele e meu amigo.

Infelizmente, tudo que é bom acaba, e foi a hora de arrumar as coisas para pegar a estrada de volta, esses dias estavam bem frio por lá e a previsão sempre nublada.

Depois da despedida com direto a uma foto, esta fazenda pousada, se tornaria meu lugar preferido em Ribeirão Claro, tanto que já perdi as contas de quantas vezes eu voltei.

olha o luxo do café da manhã

Mas eu ainda tinha uma missão, lembra da cascata que não consegui tirar foto na chegada, ainda passaríamos por lá pra fazer as fotos de longa exposição que eu queria fazer.

Chegando no local, tinha uma queimada, e estava cheio de fumaça, felizmente eu consegui acessar a cachoeira, meu amigo não quis ir, ficou na estrada me esperando.

Meu amigo ficou impaciente porque eu estava demorando, pois ele disse que os carros que passavam, xingava ele, achando que ele tinha colocado fogo no mato.

Consegui fazer as minhas fotos que eu tanto queria e fomos embora, pegamos mais chuva na estrada, não tão forte quanto a outra da chegada e no final deu tudo certo.

Dê um descanso pra você

Então, fica a minha dica de lugar pra se hospedar, caso você passe por Ribeirão Claro, tenho certeza de que você vai se impressionar com a paz e receptividade deste lugar, dê este descanso merecido para você e aproveite.

Chame o Phelipe lá no Instagram dele e reserve um momento para você : Fazenda Pinhalzinho.

Abaixo, vou deixar dois vídeos que fiz mostrando toda a pousada, pra você ficar com mais vontade de conhecer de outra vez que eu fui.

📺Diário Visual 2021-Ribeirão Claro /PR e Diário Visual 2021- Ribeirão Claro parte final

Reflexão Final

Olhando pra trás, percebo que essa viagem foi muito mais do que quilômetros percorridos ou fotos feitas — foi um ponto de virada.
Entre malas desamarradas, chuva, neblina e risadas, aprendi que a vida na estrada é parecida com a fotografia: às vezes, a cena perfeita não está no que planejamos, mas no que aparece quando tudo foge do controle.

Cada perrengue, cada parada inesperada e até os dias nublados me ensinaram a enxergar beleza no simples e valor no improviso.
A fotografia me mostrou que não é sobre dominar a técnica, e sim sobre permitir-se sentir, observar e estar presente.

No fim, toda viagem é um espelho.
E essa me refletiu paciência, humildade e o lembrete de que, por mais que o tempo mude, a estrada — assim como a vida — sempre tem algo novo a ensinar.

E você, já passou por algum perrengue em viagem que depois virou uma boa história pra contar?

📍Conheça mais lugares impressionantes para visitar em Ribeirão Claro/PR : No quintal de casa - Ribeirão Claro/PR.

📍E veja o vídeo com cenas que não postei até hoje, de momentos engraçados desta viagem : Vídeo Complementar ( A viagem que transformou a minha Fotografia )

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Até a próxima,
Rafael Augusto,
Criador do Blog Foco na Vida

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